São João Paulo II: “Anunciação significa vocação”

Discurso do Santo Padre João Paulo II ao Pontifício Seminário Romano


Estamos no dia solene da Anunciação. Anunciação significa vocação, com efeito, este é o dia em que a sua vocação única foi revelada à Virgem de Nazaré, o dia em que a Virgem deu uma resposta concisa depois de conhecer a sua vocação: “Eis aqui a escrava do Senhor” O mistério da Anunciação, ainda que único, sempre tem analogias na vida da Igreja, porque a vida da Igreja se realiza através das vocações, através das diferentes vocações. A vida cristã é uma vocação, e na vida cristã há vocações diferentes, há também uma vocação sacerdotal que pode ser comparada especialmente com a vocação da Virgem de Nazaré. Há também a vocação religiosa com a qual se pode fazer a mesma comparação. Assim, podemos dizer que o seminário é um ambiente onde o mistério da Anunciação se repete com especial intensidade na vida da Igreja: é a casa da Anunciação. Aí vêm os que já receberam o seu anúncio, os que já
Conheceram a vontade de Deus e deram a primeira resposta: “Aqui estou, sou o servo do Senhor”. E eles vêm aqui porque no seminário sua resposta deve amadurecer, aqui deve criar raízes, aqui deve se identificar mais com ela, quem recebeu a vocação deve se identificar cada vez mais com esta vocação. Este é o propósito fundamental do seminário. Por isso, o dia da Anunciação deve ser celebrado nos seminários, de modo especial no Seminário Romano. Pessoalmente, estou grato por ter podido participar nesta comemoração da solenidade da Anunciação no nosso Seminário Romano. Agradeço à Providência, a Nossa Senhora e também a vós que me convidastes para esta celebração de uma manhã solene tão próxima do seminário, da sua própria natureza, da sua finalidade profunda. Queridos, deseja-vos que o vosso percurso, o vosso caminho vocacional seja sempre semelhante a este curto caminho da Anunciação. Espero que Nossa Senhora vos ajude a imitar a sua sensibilidade
interior à Palavra de Deus e a sua resposta única, simples e decidida: “Eis aqui a Serva do Senhor!”.

(25 de março de 1983)

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