ORAÇÃO PELAS VOCAÇÕES DE SÃO JOÃO PAULO II
Pai bondoso,
em Cristo teu Filho,
tu nos revelas o teu amor,
abraças-nos como filhos teus
e nos ofereces a possibilidade de descobrir,
na tua vontade, os traços
da nossa verdadeira fisionomia.
Pai santo,
tu nos chamas a ser santos
como tu és santo.
Nós te pedimos que nunca deixes faltar
à tua Igreja ministros e apóstolos santos
que, com a palavra e os sacramentos,
abram o caminho para o encontro contigo.
Pai misericordioso,
concede à humanidade transviada
homens e mulheres que,
com o testemunho de uma vida transfigurada
à imagem do teu Filho,
caminhem alegremente
com todos os outros irmãos e irmãs,
rumo à pátria celeste.
Pai nosso,
com a voz do teu Santo Espírito,
e confiando na materna intercessão de Maria,
nós te invocamos ardentemente:
manda à tua Igreja sacerdotes
que sejam testemunhas corajosas
da tua infinita bondade.
Amém!
FORMAÇÃO- MÉTODO DE FAZER A ESCOLHA, Pe. Busuttil, S.J.
O jovem deve colocar-se perante Jesus Crucificado e refletir seriamente sobre aquilo para que Deus o criou. Que ele pondere bem a primeira frase do catecismo: “Deus criou-me para o amar, para o servir e para salvar a minha alma”.
Deixe-o escrever sobre um pedaço de papel:
1) Que vantagens encontro na vida religiosa para alcançar este meu fim? É claro que também deve considerar as circunstâncias da sua vida, o seu carácter, etc.
2) Que desvantagens encontro na vida religiosa para alcançar este meu fim?
Depois pegue noutro pedaço de papel no qual anotará as vantagens e desvantagens que encontrará para alcançar o fim supremo ao permanecer no mundo.
Ao pensar e rezar encontrará muitas coisas para colocar no papel. Depois, juntamente com o seu Pai espiritual, fará um balanço das vantagens e desvantagens e decidirá em conformidade. É evidente que este equilíbrio não deve ser meramente numérico, mas moral. Por vezes, uma única desvantagem pode anular todas as vantagens e vice-versa. Este método é muito útil para aqueles que se encontram no período de tranquilidade e calma, ou para aqueles que não são atraídos ou inclinados para qualquer estado de vida em particular.
Por outro lado, para aqueles que já desejam a vida religiosa, mas que, no entanto, devem fazer a escolha pelas razões indicadas acima, este método não será tão adequado. Para estes, será suficiente que escrevam com sinceridade as razões que os levam a desejar o sacerdócio ou a vida religiosa. Da lista que fazem, ver-se-á se têm ou não uma intenção correta e, consequentemente, se a vocação vem de Deus e é verdadeira ou se é fruto de razões e interesses humanos e, portanto, não é verdadeira.
Para benefício de ambos, damos uma lista de sobrenaturais e bons motivos para os quais a vida religiosa pode ser desejada e escolhida. Estes motivos também podem ser considerados como vantagens a serem encontradas na vida religiosa.
A) OS MOTIVOS QUE TOCAM A MINHA UTILIDADE ESPIRITUAL
1) Tenho a certeza de salvar a minha alma: estou longe dos perigos e das tentações do mundo. Há a promessa de Jesus: “Recebereis cem vezes mais nesta vida e depois a vida eterna”.
2) Um está quase livre do pecado mortal: Vejamos como São Bernardo descreve as vantagens espirituais do religioso: “Vive mais puramente, cai mais raramente, sobe mais rapidamente, morre mais confiante, é libertado do purgatório mais rapidamente e é mais abundantemente remunerado”. Podemos afirmar com segurança que um bom religioso pode facilmente passar toda a sua vida sem cometer um pecado mortal.
3) A perfeição é alcançada: O religioso está num estado que tende continuamente à perfeição, procura-a e esforça-se por ela por todos os meios. A Igreja aprova as regras das ordens religiosas para dizer que quem quer que as observe atingirá certamente a perfeição.
4) A santidade é facilmente alcançada: a perfeição vivida no heroísmo. Que a obediência sempre negando a própria vontade, que viver sempre sujeito a uma Regra, a uma vida comum, fazendo sempre o que agrada aos outros, mortificando cada desejo próprio, faz do religioso um herói escondido. Depois vêm as ajudas espirituais: direcção espiritual constante, uma formação ascética sólida e robusta, uma dose abundante de oração, leituras espirituais, conversas e conferências ascéticas, visitas frequentes ao Santíssimo Sacramento; numa palavra, vive-se na mesma casa com Jesus, que está sempre à nossa disposição.
5) Quero viver apenas para os bens eternos, que só eu estimo: para alguns seria uma humilhação terrível, uma contradição imperdoável viver para as coisas da terra. Eles têm sede dos bens do espírito, vêem que só eles podem saciar o coração, e a consequência é que concebem um verdadeiro desprezo pelo mundo e vêem que viver apenas para os bens do céu conta.
6) Tenho medo do inferno: isto não é cobardia ou vilania, mas um sentimento santo que não existiria sem uma verdadeira graça de Deus e que por si só é capaz de fazer santos.
7) Morrerei uma morte santa: Dos religiosos pode dizer-se: “Beati mortui qui in Domino moriuntur”. Ele viveu para Deus, ele morre nele e por ele, as suas obras feitas apenas para Deus e para as almas o seguirão.
8) Vive-se uma vida espiritualmente organizada: o religioso vive uma vida regulada por um horário que periodicamente lhe traz o anúncio de uma nova obra a ser feita para Deus.
9) É certo que se está sempre a fazer a Vontade de Deus: isto é obtido através da obediência. O superior religioso, em virtude da sua autoridade, representa Deus para mim, e o que ele me diz para fazer é certamente a vontade de Deus, a menos que seja algo pecaminoso. Este privilégio só é desfrutado por religiosos.
10) Felicidade da vida religiosa: “Os religiosos são felizes nesta terra porque sabem que depois da morte Deus, o prémio, os espera. A felicidade não é apenas uma resposta à esperança no futuro, mas à realidade alegre do presente. Vem da certeza da amizade com Deus, da companhia de religiosos santos, da mortificação, da pureza e de um complexo de coisas que dão aos religiosos uma juventude espiritual.
11) Quero viver uma vida de sacrifício e renúncia: não há sinal mais claro e seguro de amor a Deus. É necessário dizer claramente que a vida religiosa é um paraíso, uma alegria, uma graça, mas apenas para aqueles que a querem viver seriamente, dedicados à cruz do seu dever e à observância exata das suas Regras. Aquele que entra na religião por esta razão dificilmente perderá a sua vocação.
12) Quero viver uma vida de pureza: Muitos vêem que, no mundo, viver uma vida de pureza é quase impossível, e por isso voltam o olhar para a casa religiosa onde esses lírios do Senhor são cultivados e onde tudo respira pureza e limpeza de coração.
13) Vou aumentar os meus méritos: A acumulação de méritos que são derramados na alma de um religioso num único dia de vida religiosa é incalculável.
14) Viverei na companhia de almas boas: Os religiosos encontram a ajuda mais eficaz para a sua vida espiritual em estar rodeados de almas cheias de amor a Deus, de desejo de perfeição, de boa vontade, de ajuda mútua, para serem sempre melhores aos olhos de Deus.
15) A beleza do sacerdócio: o sacerdote, ministro de Deus, que oferece ao Altíssimo o Sacrifício divino pela saúde da humanidade; o sacerdote que absolve, batiza, distribui o Pão da Vida, assiste na última agonia; o sacerdote que aconselha, consola, ajuda, abençoa em nome de Deus; o sacerdote que através dos séculos renova a presença visível de Cristo no mundo é um ideal capaz de fascinar cada coração desejoso de viver uma vida útil e plena.
16) Uno-me a Deus com os três votos: três correntes de ouro que nos unem a Deus, que redobram os nossos méritos, que nos tornam os favoritos, que alegremente nos impossibilitam de voltar atrás e quase nos obrigam a perseverar. Transformam-nos em voluntários da linha da frente que seguem o Mestre para onde quer que Ele vá.
17) Terei uma formação séria e minuciosa: Este não é um motivo para ser desprezado. Ter uma luz esplêndida, um guia seguro, uma preparação séria e sólida para escalar a montanha sagrada da vida espiritual, não é apenas qualquer coisa.
18) Terei muitos sufrágios quando morrer: Quando um religioso morre, os seus irmãos na religião pensam nos sufrágios para a sua alma.